segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

No Novo Ano Tudo Vai Ser Diferente?




No Novo Ano Tudo Vai Ser Diferente?

Peter Malgo
"No novo ano tudo vai ser diferente! Vou deixar meus maus hábitos!"
Você também tomou resoluções desse tipo, usando a mudança de
 ano como data para uma virada em sua vida?
A cada novo ano, muitas pessoas tomam resoluções radicais para suas vidas.
A mudança de ano vem acompanhada de uma certa aura de transformação,
levando-nos a crer que nessa data será mais fácil romper com maus hábitos
e superar fraquezas de caráter.
O que sobra de todos esses bons propósitos? O que resta das decisões
tomadas em datas aparentemente significativas? Talvez alguns se lembrem
 que no dia 9/9/99 foram realizados muitos casamentos em diversas partes do mundo.
 E agora certamente os primeiros desses matrimônios já estão desfeitos.
Harmonia rompida e promessas de fidelidade não cumpridas levaram ao fracasso.

Pedro garantiu certa vez a seu Mestre:
"Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei" (Mt 26.35) –
mas ele falhou vergonhosamente.
Será que o comportamento desse discípulo não espelha nossos próprios propósitos vãos?
Será que também nós não falhamos repetidamente? Paulo escreve:
 "Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço" (Rm 7.19).
Muitos de nós procuram desculpar e minimizar suas falhas, dizendo:
 "Paulo também era assim..."
Mas ele, nessa passagem, procura apenas demonstrar a luta
entre o bem e o mal dentro de cada um de nós.
Em outras passagens fica muito claro que ele estava empenhado
 com todas as suas forças em viver uma vida vitoriosa.
Paulo prosseguia em direção ao objetivo, em direção a Cristo:
 "...prossigo para o alvo..." (Fp 3.14).

No caso de Daniel, a chave para sua vida vitoriosa estava muito bem definida.
Ele também chegou ao ponto em que tomou uma resolução:
"Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei,
 nem com o vinho que ele bebia" (Dn 1.8).
Daniel conseguiu colocar sua resolução em prática porque,
mesmo sob ameaça de morte,
em nenhuma circunstância deixou de orar três vezes por dia ao seu Deus:
 "três vezes por dia, se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer" (Dn 6.10b).
Esse hábito era algo natural para ele.
 Mas é justamente nesse ponto que todos os nossos bons propósitos falham.
Estamos dispostos, temos o firme propósito de deixar de lado maus hábitos e velhos defeitos. Dizemos a nós mesmos:
"A partir de 1º de janeiro vai ser para valer!"
 Mas falharemos vergonhosamente mais uma vez se apenas deixarmos os maus costumes de lado, sem nos habituarmos a levar uma vida realmente voltada para Deus.
Como está nossa relação com Deus?
Tornou-se hábito para nós ler Sua Palavra, orar e servi-lO? Acerca de Jesus está escrito: "E, saindo, foi, como de costume, para o monte das Oliveiras; e os discípulos o acompanharam. Chegando ao lugar escolhido, Jesus lhes disse: Orai, para que não entreis em tentação" (Lc 22.39-40). É nesse sentido que desejo a todos um ano muito abençoado, um ano em que nossos hábitos e costumes nos levem para mais perto de nosso Senhor e Mestre. "Orai, para que não entreis em tentação!"

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Uma Vida de Prazeres?

A Bíblia Nos Promete Uma Vida de Prazeres?

Alexander Seibel
Quando Saulo tornou-se Paulo, uma voz divina anunciou: “Vou lhe mostrar como você poderá gozar muito melhor a sua vida!” Será que é o que realmente está escrito na Bíblia? Pelo contrário, lemos: “Eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome” (At 9.16).Foi o que Deus disse a Ananias acerca de Paulo. Portanto, foi quase o oposto do que muitos entendem hoje por vida cristã.

Prazer e sofrimento

O Novo Testamento está permeado pelo tom do sofrimento, e é justamente isso que não agrada à nossa velha natureza, que adora cuidar bem de sua carne e de gozar a vida. Paulo e Barnabé, por exemplo, exortaram os discípulos “a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus” (At 14.22).
Paulo, o apóstolo dos gentios, lembra a Timóteo, seu discípulo mais fiel, que “todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Tm 3.12).
Isso não soa como uma vida de prazeres e de riqueza abundante, como tanto se apregoa hoje em dia. Temos inclusive uma carta inteira no Novo Testamento que se ocupa com o tema do sofrimento: a Primeira Epístola de Pedro. Ele explica que a fé é provada e aprovada através do sofrimento (1 Pe 1.6-7). Portanto, em completa oposição à sociedade caracterizada pelo entretenimento e ao cristianismo que confunde discipulado com diversão e festa. Aos crentes da Ásia Menor, Cristo é apresentado como exemplo naquilo que sofreu, para que sigamos os Seus passos (1 Pe 2.21).
Será que não acabamos literalmente criando um outro evangelho, um evangelho de bem-estar, que afaga o ego e o velho Adão?

Jesus e o sofrimento

A Carta aos Hebreus menciona, inclusive, que nosso Senhor, “embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu” (Hb 5.8). Se isso foi válido para o Filho de Deus, quanto mais vale para nós! O servo, como se sabe, não está acima de seu Mestre.
Pedro diz ainda mais: “Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado, para que, no tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus” (1 Pe 4.1-2).

Tema recorrente

Sofrimento e não prazer ou bênçãos materiais é o tema recorrente nas cartas dos apóstolos. Paulo chega a dizer: “Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele” (Fp 1.29). De forma semelhante, Pedro admoesta em sua carta:“Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando” (1 Pe 4.12-13).
A fé é provada e aprovada através do sofrimento.
Será que isso ainda é proclamado em nossa sociedade de consumo, que já chega a “celebrar” o discipulado e a vida cristã? Será que frases tão negativas não deveriam ser sumariamente riscadas da Bíblia? Não acabamos literalmente criando um outro evangelho, um evangelho de bem-estar, que afaga o ego e o velho Adão?

Sem rodeios

Aos coríntios, que igualmente estavam em perigo de exercer poder e “domínio”, Paulo escreve sem rodeios: “Já estais fartos, já estais ricos; chegastes a reinar sem nós; sim, tomara reinásseis para que também nós viéssemos a reinar convosco. Porque a mim me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos condenados à morte; porque nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a homens. Nós somos loucos por causa de Cristo, e vós, sábios em Cristo; nós, fracos, e vós, fortes; vós, nobres, e nós, desprezíveis. Até à presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez; e somos esbofeteados, e não temos morada certa, e nos afadigamos, trabalhando com as nossas próprias mãos. Quando somos injuriados, bendizemos; quando perseguidos, suportamos; quando caluniados, procuramos conciliação; até agora, temos chegado a ser considerados lixo do mundo, escória de todos” (1 Co 4.8-13).
Isso soa como prazer, sucesso, conforto e prosperidade? É quase o oposto de tudo aquilo que hoje nos é apresentado simuladamente pelos “evangelistas da prosperidade” como se fosse o Evangelho de Cristo.

Negativo e derrotista?

Para que minhas palavras não sejam interpretadas como uma defesa do sofrimento e uma declaração de derrotismo cristão, devo mencionar que Deus deseja que “vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito” (1 Tm 2.2). Na mesma Carta a Timóteo está escrito: “Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento” (1 Tm 6.17).
O Senhor nos promete, sim, uma vida abundante (Jo 10.10), porque para os cristãos as questões primárias da culpa e do sentido da vida já estão resolvidas.
Somos gratos por toda a paz e pelo bem-estar que a graça de Deus tem nos concedido no mundo ocidental por um tempo admiravelmente longo. Mas fazer dessa realidade um evangelho é, brandamente falando, contradizer o espírito do Novo Testamento. O Senhor nos promete, sim, uma vida abundante (Jo 10.10), porque para os cristãos as questões primárias da culpa e do sentido da vida já estão resolvidas. Em obediência a Deus, o discípulo de Jesus pode ter, sim, muita alegria, alegria plena (1 Jo 1.4). Mas essa alegria é em primeiro lugar espiritual e não está, necessariamente, refletida no nível material.

Movido pela alegria

Quando Paulo ditou sua carta “movida pela alegria” aos filipenses exortando os crentes a “alegrar-se sempre” (Fp 4.4), ele próprio encontrava-se algemado na prisão.

Discutindo com os super-apóstolos

Em suas discussões com pregadores “poderosos” e triunfalistas, que Paulo chama ironicamente de “sábios”, “fortes”, “nobres” (1 Co 4.10), ele se gloria de sua própria fraqueza (2 Co 12.9), especialmente porque esses falsos mestres se vangloriavam de seu grande poder e de sua própria autoridade. Eles também passavam a idéia de que apenas através deles o mundo daquela época fora alcançado com um evangelho “poderoso” e “pleno” (2 Co 10.12-16). Paulo contrapõe a esses falsos apóstolos e obreiros fraudulentos, como também os chama, a extensa lista de seus próprios sofrimentos (2 Co 11.22-23), provando que ele era um apóstolo legítimo.
Isso ainda é pregado atualmente? Isso ainda é proclamado nos programas cristãos de televisão? Os apóstolos residiam em belas casas e lá ditavam suas cartas? A visão mais profunda dos mistérios do tempo da graça é fornecida por Paulo nas cartas aos efésios e aos colossenses, que ele escreveu quando se encontrava encarcerado. Em seu discurso de despedida em Mileto ele disse: “o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que me esperam cadeias e tribulações” (At 20.23). Isso não soa como a expectativa por eventos especialmente prazerosos.

Vida de prazeres?

Humildade, lágrimas, provações, ciladas, cadeias e tribulações, de fato, uma vida “de prazeres”! Mesmo quando Paulo suplicou por uma vida física mais ou menos normal, sem o espinho na carne, seu pedido não foi atendido. Será que ele não deveria ter enfrentado essa limitação física com visualização ou pensamento positivo? Esse homem de Deus podia dizer de si mesmo: “...pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo” (2 Co 6.10). Devemos temer, com justiça, que muitos dos pregadores de sucesso de nossos dias literalmente invertem a ordem das coisas: “ricos, mas empobrecendo a muitos”.
Todo esse evangelho da prosperidade e do bem-estar é um cumprimento de 2 Timóteo 4.3, onde está escrito que os homens dos últimos dias cortejarão mestres por cujas palavras sentem coceira nos ouvidos, mestres que os agradem. Muitos gostariam de ouvir que Deus quer nos fazer grandes, ricos, saudáveis e poderosos. Essa era a mensagem dos amigos de Jó, que não conseguiam entender que Jó enfrentava tanto sofrimento por se encontrar dentro da vontade de Deus.
Paulo explicou: que os “crentes” dos últimos dias não apenas serão “amantes de si mesmos” (2 Tm 3.2, Ed. Revista e Corrigida) mas “mais amigos dos prazeres (tradução literal da palavra grega “philedonos”) que amigos de Deus” (2 Tm 3.4).

Uma geração hedonista

Esta é a mensagem para uma geração hedonista, como Paulo explicou: que os “crentes” dos últimos dias não apenas serão “amantes de si mesmos” (2 Tm 3.2, Ed. Revista e Corrigida) mas “mais amigos dos prazeres (tradução literal da palavra grega “philedonos”) que amigos de Deus” (2 Tm 3.4).
Será que Jesus também ofereceu uma falsa fé? Ele disse à igreja de Esmirna:“Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o Diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10).

O oposto do triunfalismo

Isso é totalmente oposto ao atual triunfalismo do evangelho da prosperidade. É monstruoso o que é tolerado e propagado na cristandade contemporânea. Esta geração ocidental literalmente criou um evangelho resumido e derivado de seu hedonismo, de sua amoldagem ao espírito da época, de sua loucura por saúde, bem-estar e entretenimento, de seu desejo por prazeres carnais e de sua auto-estima.

Pobre, miserável, cego e nu

Talvez a melhor caracterização da situação espiritual desses pregadores e adeptos do evangelho da prosperidade e do bem-estar seja a declaração de Jesus Cristo a uma igreja próspera e abastada, mal acostumada ao sucesso, a igreja de Laodicéia: “pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu” (Ap 3.17).

Vitimas ou Pecadores!

Vitimizando os Cristãos

Martin e Deidre Bobgan
Teorias e terapias de aconselhamento psicológico deram aos americanos uma nova maneira de pensar e fizeram dos EUA uma cultura terapêutica do ego – onde o eu e como ele se sente sobre si mesmo estão no centro de todo propósito (naturalmente, essa tendência não se limita aos EUA. Ela logo se espalha pelo mundo ocidental, razão porque este artigo tem validade para muitos outros países – N. R.). As pessoas aderiram a um modo de pensar psicológico que coloca as privações e as “feridas” emocionais como as causas principais de quase todos os problemas pessoais e sociais. Esse modo de pensar tem o potencial de fazer com que todos sejam vítimas que precisam dos serviços do sistema de saúde mental que se expande cada vez mais. Quinze anos atrás, Charles Sykes escreveu um livro intitulado A Nation of Victims: The Decay of the American Character(Uma Nação de Vítimas: A Decadência do Caráter Americano), no qual diz:
ethos [síntese dos costumes de um povo] da vitimização tem uma capacidade interminável não apenas de eximir uma pessoa da culpa e de remover toda sua responsabilidade numa torrente de explicações – racismo, sexismo, pais desajustados, vícios, e enfermidades – mas também de projetar a culpa sobre os outros.[1]
Sykes também diz: “O impulso de escapar da responsabilidade pessoal e culpar os outros parece muito mais profundamente arraigado na cultura americana”.[2] Na verdade, ele declara: “O Hino Nacional tornou-se A Lamúria”, e explica, “Cada vez mais, os americanos agem como se tivessem recebido uma permissão para escaparem permanentemente do infortúnio e uma liberação contratual da responsabilidade pessoal”.[3]

O modo de pensar psicológico

O modo de pensar psicológico evoluiu a partir do desenvolvimento razoavelmente recente da psicologia clínica (incluindo a psicoterapia, a psicologia do aconselhamento, e o aconselhamento familiar e matrimonial), que nasceu em faculdades e universidades em torno de 1950 e se expandiu por meio da política e do dinheiro.[4] Desde aquela época, a psicologia clínica explodiu até o ponto de a Dra. Ellen Herman descrever a popularidade e o impacto da psicologia no mundo ocidental em seu livro The Romance of American Psychology (O Romance da Psicologia Americana):
A introvisão (insight) psicológica é o credo do nosso tempo. Em nome da iluminação, os estudiosos prometem ajuda e fé, conhecimento e conforto. Eles inventam fórmulas seguras para uma vida feliz e planos ambiciosos para dissolver os nós dos conflitos. A psicologia, de acordo com seus incentivadores, possui respostas valiosas para nossas perguntas pessoais mais difíceis e oferece soluções práticas para nossos problemas sociais mais intratáveis.[5]
Herman também afirma:
Nos Estados Unidos do final do século XX, provavelmente vamos crer em tudo que os estudiosos da psicologia nos dizem. Eles falam com autoridade a uma vasta audiência e se tornaram figuras familiares na maioria das comunidades, na mídia, e em virtualmente todas as áreas da cultura popular. O aconselhamento deles é um grande negócio.[6]
As pessoas aderiram a um modo de pensar psicológico que coloca as privações e as “feridas” emocionais como as causas principais de quase todos os problemas pessoais e sociais.
O tipo de psicologia que tem esse poder de fazer as pessoas se tornarem vítimas é a psicoterapia com suas psicologias subjacentes, tais como a teoria do inconsciente de Sigmund Freud e a hierarquia das necessidades de Abraham Maslow, juntamente com cerca de 500 sistemas diferentes de aconselhamento e suas teorias. Afinal, quem tem uma vida perfeita? Certamente nenhum dos teóricos, os quais desenvolveram seus sistemas a partir de sua própria vida pessoal e imaginação criativa.[7]
Em seu livro Manufacturing Victims: What the Psychology Industry is Doing to People (Fabricando Vítimas: O Que a Indústria da Psicologia Está Fazendo às Pessoas), a Dra. Tana Dineen revela em que se transformou a assim chamada profissão de “cuidados e orientação”. Ela começa sua obra com as seguintes palavras e o restante do livro prova o que ela quer dizer:
A psicologia se apresenta como uma profissão que demonstra cuidado e afeição e que trabalha para o bem de seus clientes. Mas, por trás da fachada de benevolência, está uma indústria voraz, que serve a si própria e que oferece “fatos” que são geralmente infundados, fornece uma “terapia” que pode causar danos, e exerce uma influência que está produzindo efeitos devastadores no tecido social.[8]
Dineen também afirma:
Não é novidade dizer que a psicologia se tornou uma força cultural influente ou que a sociedade está se tornando cada vez mais cheia de pessoas que se consideram vítimas e que são psicologicamente carentes de uma forma ou de outra.
A novidade é que a psicologia está fabricando a maioria dessas vítimas; que ela está fazendo isso por motivos baseados no poder e no lucro (ênfase da autora).[9]
Embora, de fato, haja vítimas reais, o modo de pensar psicoterapêutico banalizou os horrores que algumas pessoas experimentaram, expandindo seu significado de forma que qualquer um, se quiser, preenche os requisitos e pode achar que tem aquele problema. O papel da vítima pode ser deveras sedutor. Além de atrair a solidariedade dos amigos, ocupar horas intermináveis de terapia psicológica centralizada no eu, e ser eximido da responsabilidade e da culpa, ser vítima fornece uma nova identidade, [permitindo à pessoa] ser o herói ou a heroína em seu próprio drama de superar obstáculos horrendos na grande busca pela cura psicológica. Em vez de ter que enfrentar o desagradável fato de seu próprio pecado sem desculpas nem razões, ou de troca de acusações, a pessoa escolhe ser vítima. A Dra. Carol Tavris e o Dr. Elliot Aronson descrevem a utilidade do fazer-se de vítima que vem da terapia das memórias recuperadas. Eles afirmam em seu livro Mistakes Were Made (but not by me): Why We Justify Foolish Beliefs, Bad Decisions, and Hurtful Acts [Erros Foram Cometidos (mas não por mim): Por Que Justificamos Crenças Tolas, Decisões Erradas, e Atos Prejudiciais]:
Por que as pessoas diriam se lembrar que sofreram experiências angustiantes se não as tivessem sofrido, especialmente quando essa crença causa divisões na família e entre os amigos? Ao distorcer suas memórias, essas pessoas podem “conseguir o que querem ao alterarem o que tiveram”, e o que querem é fazer com que sua vida presente, não importa quão desolada ou rotineira, torne-se uma vitória deslumbrante sobre a adversidade. Lembranças de abuso também as ajudam a resolver a dissonância entre “Sou uma pessoa inteligente e competente” e “Minha vida agora está realmente uma droga” com uma explicação que as faz sentirem-se bem e isentas de responsabilidade: “Não é minha culpa que minha vida esteja essa droga. Olhe só que coisas horríveis fizeram comigo”.[10]

O modo de pensar psicológico cristianizado?

A mentira de que a Palavra de Deus, a obra do Espírito Santo e a comunhão dos santos não são suficientes para curar os chamados problemas psicológicos existenciais é promovida por inúmeros líderes e aceita na maior parte das igrejas.
Sim, estamos rodeados por uma nação de vítimas com um modo de pensar terapêutico, mas, esperem – somos cristãos! Como isso afeta aqueles dentre nós que receberam nova vida através da obra completa que Jesus realizou na cruz? O que isso tem a ver com o Evangelho e com viver a vida cristã? Muito!
Quase tão logo quanto o romance da psicologia laçou os americanos, ela foi adotada pelos cristãos que acreditavam que as teorias e terapias de aconselhamento psicológico seriam úteis para ajudar os crentes. Essas ideias de aconselhamento psicológico foram trazidas para as aulas de aconselhamento pastoral em inúmeros cursos de teologia de graduação e de pós-graduação. A seguir vieram os “psicólogos cristãos”, que tramaram um plano para integrar as teorias e terapias de aconselhamento psicológico com o cristianismo, tanto para aconselhar os crentes quanto para instruir os santos sobre como viver a vida cristã. E agora, que conselho as pessoas ouvem quando estão lutando com alguma angústia emocional e algum problema existencial? “Você precisa de aconselhamento!” O que querem dizer é: aconselhamento profissional, psicoterapia e suas teorias subjacentes do ego. Por quê? Porque acreditam numa mentira que, em resumo, diz que a cruz de Cristo, a Palavra de Deus, a obra do Espírito Santo e a comunhão dos crentes não são suficientespara pessoas com problemas emocionais ou de relacionamento. Crêem que os cristãos precisam aquilo que apenas as teorias e terapias podem oferecer. Isso acontece por causa do que Sykes chama de
O triunfo da mentalidade terapêutica... que insistia em ver as questões imemoráveis da vida humana como problemas que demandam soluções. A cultura terapêutica forneceu ambos em abundância: os terapeutas transformaram os antiqüíssimos dilemas humanos em problemas psicológicos e afirmaram que eles (os terapeutas) eram os únicos que conheciam o tratamento.[11]
Essa mentira de que a Palavra de Deus, a obra do Espírito Santo e a comunhão dos santos não são suficientes para curar os chamados problemas psicológicos existenciais é promovida por inúmeros líderes e aceita na maior parte das igrejas. Um desses líderes é o Dr. Bruce Narramore, Professor Emérito da Faculdade de Psicologia Rosemead da Universidade Biola, que diz:
Acho que os críticos [da psicologia] precisam perguntar: “Por que as pessoas estão tão interessadas na psicologia?” A idéia é que deveríamos voltar aos modos antigos. Mas os modos antigos não estavam funcionando.[12]
Narramore afirma isso sem provas ou evidências e, portanto, implica que, por quase 2.000 anos, Deus falhou em dar a Seus filhos os meios de tratar dos problemas existenciais.
O problema do pecado vem de dentro de nós e a solução vem de fora de nós. Ela vem do próprio Deus por meio da cruz de Cristo.
A integração das teorias e terapias da psicologia do aconselhamento foi bem sucedida em fazer do corpo de Cristo um monte de vítimas. Se esse fosse o título de um livro, o subtítulo poderia ser “O Fim do Ministério Bíblico”. Em sua ansiosa adesão a esse tipo de psicologia, a Igreja deixou seu primeiro amor e se apaixonou pela sabedoria do homem e sua “filosofia e vãs sutilezas” (Cl 2.8; 1 Co 2). Que esse tipo de psicologia agora é algo comum nas igrejas pode ser visto na observação do Dr. Frank Furedi em seu livro Therapy Culture (A Cultura da Terapia), no qual ele diz: “Um estudo sobre ‘igrejas atraentes’ nos EUA afirma que a habilidade delas em cativar novos adeptos se baseia na habilidade de penetrarem na compreensão terapêutica dos americanos”.[13] Ele vê esse fato como uma preocupação com o ego e, realmente, tudo gira em torno do ego!

Tudo a ver com o ego

O enfoque da terapia psicológica está no ego e em seus problemas a partir da perspectiva de que o eu é essencialmente bom, mas está emocionalmente ferido pelas circunstâncias e por outras pessoas. Portanto, cada vez mais cristãos estão se vendo como vítimas inocentes com suas “falhas” e problemas existenciais devidos a outras pessoas e circunstâncias fora de seu controle. Pior ainda, alguns, que foram convencidos que a fonte de seus problemas é o que aconteceu com eles quando eram crianças, passam meses e anos na terapia e/ou na chamada cura interior. Alguns tentam obter introvisões através de lembranças de eventos reais e outros estão buscando memórias supostamente esquecidas de abuso e negligência. Outros são estimulados a ver uma figura de Jesus acrescentar algo à lembrança para curá-la ou mudá-la, mas, como isso tudo se passa na sua imaginação, eles acabam tendo um falso Jesus. A idéia em todo esse tipo de aconselhamento e cura interior é que o eu foi ferido de alguma maneira e deve ser ajudado e curado.
Dessa forma, a psicoterapia tenta consertar o ego para que a chamada bondade essencial possa ser experimentada e expressada. O modo de pensar psicológico vê o problema como se fosse exterior. A solução é encontrada no interior do eu, embora com a ajuda daqueles que têm conhecimento psicológico especial. O eu é central e deve ser nutrido com auto-amor, auto-estima, auto-valorização, sendo que todos estes devem levar à auto-realização, mas que geralmente aumenta a auto-absorção, o egocentrismo e a auto-indulgência.
Em contraposição, a Palavra de Deus apresenta a verdade sobre a humanidade: que somos pecadores por natureza e, portanto, não essencialmente bons em nós mesmos. Romanos 3.10 diz: “Não há justo, nem um sequer”. E, no versículo 23, lemos: “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”. O problema do pecado vem de dentro de nós e a solução vem de fora de nós. Ela vem do próprio Deus por meio da cruz de Cristo, que suportou nosso pecado, e adquiriu uma nova vida para nós, que é recebida pela graça por meio da fé e vivida pela graça através da fé.

Vítima ou pecador?

Um dos objetivos principais de grande parte da psicologia do aconselhamento é aliviar a culpa para que os indivíduos possam sentir-se melhor acerca de si mesmos e, supostamente, conduzir suas vidas de modo mais eficiente. Ajudar um indivíduo a ver-se como necessitado, emocionalmente ferido, e maltratado ou decepcionado por outros é uma maneira conveniente de eximir-se da responsabilidade, do pecado e da culpa pessoais. Isso é o oposto do que a Bíblia diz, pois ela provê o remédio verdadeiro para o pecado e a única cura para a condição humana por meio de Cristo e de tudo o que Ele realizou para nos libertar do pecado e da culpa.
Toda a Escritura aponta para o Cordeiro de Deus morto antes da fundação do mundo. Seu ponto focal é que Jesus Cristo satisfez a ira de Deus contra o pecado, obtendo o perdão e uma nova vida para os crentes. O cristianismo tem tudo a ver com viver uma nova vida e reconhecer-se como morto para a vida velha. O cristianismo não tem nada a ver com enfocar problemas, os pecados e as limitações de outras pessoas, e também não tem nada a ver com pescar fatos do passado para consertar o presente. A vida cristã tem a ver com confessarmos nossos próprios pecados, caminharmos de acordo com a nova vida em Cristo: “esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.13-14).
A igreja primitiva tinha o único remédio para os problemas atuais e as circunstâncias passadas de todos nós: a cruz de Cristo! A magnitude do pecado de cada pessoa contra Deus, desde o berço até a sepultura, é mais do que cada um poderia imaginar, mas Jesus levou tudo sobre Si para que pudesse dar uma nova vida a todo crente. Ele, que não conheceu pecado, morreu no lugar daqueles que eram pecadores por natureza. Ele não veio para apenas reparar nossa carne (a velha natureza). Jesus veio para encravar nossa velha natureza na cruz para que os crentes, ao se identificarem com Ele, pudessem se reconhecer como mortos para a velha natureza e vivos para a nova natureza.
Até certo ponto, todos fomos afetados desfavoravelmente pelo pecado de outras pessoas, mas os efeitos adversos ou as tendências pecaminosas de nossos pais, ou as maneiras pecaminosas que aprendemos deles residem na carne (velha natureza). O problema, portanto, é nossa carne, e não algo exterior a nós mesmos, seja no passado ou no presente. A Bíblia não ensina às pessoas a nutrirem sua assim chamada “criança interior” ou a desenvolverem a auto-estima ou a esquadrinharem seus anos de infância buscando ver como os adultos falharam em relação a elas. A Bíblia não aconselha ninguém a se lembrar e a re-experimentar as dores do passado, as decepções, ou mesmo abusos, para obter crescimento pessoal ou espiritual. A Bíblia não sugere que as pessoas devem ser curadas emocionalmente antes que possam crer em Deus ou antes que possam crescer espiritualmente.
Considerando as penosas circunstâncias e a infância de muitos cristãos gentios, a igreja primitiva tinha grande número de “vítimas” em potencial (muitos nascidos e criados na escravidão, com o conseqüente abuso sexual e físico e tratados de modo desumano). Mas, a Igreja as tratou como vítimas que necessitavam de cura para suas feridas emocionais ou que precisavam lembrar da dor do passado a fim de conhecerem a Deus e crescerem espiritualmente? Não! A Bíblia não retrata os seres humanos como vítimas, mas como pecadores. Jesus morreu pelos pecadores, não pelas vítimas!

O caminho da cruz

O caminho da cruz é uma forma totalmente diferente de tratar das questões sérias da vida e com problemas existenciais. Em vez de tentar lembrar do passado e de alguma forma re-trabalhar as memórias dolorosas através da terapia ou da chamada cura interior, os cristãos precisam reconhecer que estão mortos para o passado, identificando-se com a morte de Cristo, e vivendo de acordo com a nova vida nEle. Tudo deve ser levado à cruz em vez de ser revivido e relembrado em conversações. Não obstante, muitas das pessoas que promovem esse retorno sem sentido ao passado concordam que Cristo morreu pelos nossos pecados, mas insistem em que muitos cristãos ainda precisam de cura do passado. Entretanto, cavar velhas lembranças com o propósito de mudar a vida presente é contraproducente em relação à cruz e, de fato, nega a obra acabada de Cristo.
Jesus disse: “Está consumado!” (Jo 19.30). Então nós dizemos aos amigos cristãos: identifiquem-se com essas palavras quando vocês trouxerem à cruz seus próprios pecados ou os pecados cometidos contra vocês. Reconheçam que Jesus sofreu a dor e a conseqüência eterna por aqueles pecados. Ele sentiu a dor e a agonia por todo pecado cometido contra vocês. Ele tomou tudo sobre Si e disse: “Está consumado!” Se uma lembrança voltar ao seu pensamento e provocar dor, tratem-na como uma tentação do inimigo, que quer roubar de vocês a verdade sobre o que Cristo fez e minar sua identificação com Ele, tanto em Sua morte quanto em Sua ressurreição. Satanás sempre trabalha para manter os cristãos lutando na carne, porque é aí que somos mais vulneráveis e também porque ele odeia a vida de Cristo em cada cristão. Ele fica muito satisfeito quando os cristãos andam de acordo com a carne ou com sua velha natureza. Portanto, o diabo fica satisfeito com todas as formas de terapia psicológica e formas relacionadas de cura interior, incluindo o Ministério de Oração Teofóstica.[14].

Pense biblicamente, não psicologicamente

Os cristãos precisam pensar biblicamente quando lêem livros sobre como viver e lidar com problemas existenciais. Precisam guardar sua mente quando observam ou ouvem crentes ou não-crentes conversando sobre como tratar com as questões da vida e sobre o que é ser cristão. Precisam estar alertas para expressões como: necessidades sentidas, rejeição, vidas quebradas, repressão, negação, mecanismos de defesa, complexo de inferioridade, sublimação, projeção, transferência, desajustamento, baixa auto-estima, o inconsciente, reservatórios escondidos, memórias escondidas, feridas emocionais, cura emocional, co-dependência, vício, compulsão, trauma, estresse, crise de identidade. Cada comportamento imaginável tem a possibilidade de uma descrição psicológica mal feita.
A Bíblia não sugere que as pessoas devem ser curadas emocionalmente antes que possam crer em Deus ou antes que possam crescer espiritualmente.
A utilização das terapias psicológicas ou da cura interior cega os cristãos para a glória da cruz e para o grande amor que foi derramado por eles. Aqueles que estão dispostos a encarar sua própria depravação e os pecados que continuam a cometer após terem recebido a nova vida e que percebem exatamente o que Cristo suportou no lugar deles têm uma realização muito maior no amor de Deus. Disse Jesus: “Mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama” (Lc 7.47). Assim, ao verem a magnitude do que Cristo fez ao perdoá-los, os crentes ficam conhecendo o amor dEle, e ao conhecerem e receberem o Seu amor, são capacitados a amá-lO também e o amor dEle flui do interior deles para os outros. A cruz é a resposta para todas as dores do passado, e Jesus é a resposta para todos os problemas existenciais do presente. Esta é a vitória ganha por Cristo e entretecida na vida dos crentes à medida que eles se reconhecem mortos para a vida velha e vivos para Ele. Não surpreende que o inimigo de nossa alma tenha inventado uma armadilha tão sedutora como fazer-nos ver a nós mesmos como vítimas!
Os cristãos não têm suas vidas transformadas por observarem os pecados dos outros ou por revisitarem o passado, mas por confessarem seu próprio pecado e por crerem que Jesus os libertou. Os cristãos precisam abandonar na cruz tanto seus pecados quanto os pecados cometidos contra eles, e não ficar tentando se lembrar, reconstruir, consertar, ou transformar a chamada criança interior, que é, na verdade, a velha natureza ou a carne. Eles devem viver a nova vida que Jesus lhes deu por direito, a nova vida que se estende até a eternidade. Colossenses 2.6-10 nos diz:
“Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças. Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade”.
A Palavra de Deus chama continuamente os crentes de volta à sua fonte de nova vida, de volta à fé em Cristo e a tudo o que Ele realizou para vivermos uma nova vida. Os crentes não são chamados para serem vítimas de suas circunstâncias presentes ou de seu passado ou de um poderoso inconsciente motivador supostamente formado durante o início de sua vida. Eles devem andar em fé, crescer em fé e “ser abundantes em ações de graça”. Isso não se parece com a lamúria de vítimas.
Além disso, Paulo admoesta os crentes a não deixarem que lhes roubem o que eles têm em Cristo através de “filosofia e vãs sutilezas” que os transformam em vítimas. As teorias de aconselhamento psicológico não são uma ciência. Elas caem melhor na categoria que Paulo chama de “filosofia e vãs sutilezas”. De fato, elas se assemelham mais a religião do que a ciência. O Dr. Thomas Szasz trata dessa questão claramente em seu livro The Myth of Psychoterapy (O Mito da Psicoterapia): “Aqui está uma das mais supremas ironias da psicoterapia moderna: ela não é meramente uma religião que pretende ser uma ciência, é, na verdade, uma falsificação de religião que busca destruir a religião verdadeira”.[15] As teorias de aconselhamento psicológico são coleções de opiniões humanas organizadas em moldes teóricos. Elas são invenções humanas baseadas em percepções e experiências pessoais dos próprios teóricos. Elas são “falatórios inúteis e profanos e as contradições do saber, como falsamente lhe chamam, pois alguns, professando-o, se desviaram da fé” (1 Tm 6.20-21).
Mesmo quando Paulo foi espancado e deixado para morrer, ele não se viu como vítima, mas como recipiente da verdadeira vida de Cristo pela graça através da fé. Por isso, ele afirmou: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.19b-20). Em vez de serem vítimas eternas buscando ser curados de feridas emocionais, os cristãos são novas criaturas em Cristo (2 Co 5.17), totalmente equipados para enfrentarem desafios, dificuldades, decepções, perigos e toda sorte de calamidades. Cristo já obteve a vitória e “Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade” (Cl 2.10).
A vitimização desvia a atenção da responsabilidade sobre aquilo que cada um pensa, diz e faz. Ela desvia a atenção do pecado de cada um e a coloca nos pecados que outros cometeram contra eles. A vitimização desvia os crentes da cruz de Cristo. Ela rouba dos crentes a gratidão pelo dom inexprimível de Deus e por isso rouba deles também a possibilidade de uma caminhada íntima com o Senhor. Fazer com que os cristãos sejam vítimas enfraquece-lhes a fé e impede seu crescimento espiritual. Cada escolha para andar de acordo com o Espírito, pela graça através da fé, traz maturidade espiritual. Todo crente tem que escolher se quer ser uma vítima definida e criada psicologicamente ou um pecador biblicamente definido, salvo pela graça e crescendo na semelhança de Cristo.

domingo, 16 de março de 2014

Cuidado com este Homem!!!


NICOLAU: conquistador de pessoas

O NICOLAU DA ATUALIDADE,TRAZENDO A DOUTRINA DOS NICOLAÍTAS!

O Nicolau da Atualidade,e o pior,está arrastando multidões,dizendo que Deus aprova o sexo oral,desculpem a franqueza mas Deus usaria você no altar quem sabe para louvar ou pregar com a tua boca "santa" cheia de esperma? "vigia irmão"

Entretanto, há uma coisa a seu favor: você odeia as
práticas dos nicolaítas, as quais eu também odeio. (Ap. 2:6)

O verdadeiro amor por Cristo e o Seu povo requer ódio para com o
mal, e o Senhor elogia a Igreja de Éfeso por sua firmeza nisso: “Entretanto, há
uma coisa a seu favor: você odeia as práticas dos nicolaítas, as quais eu
também odeio”. De acordo com o bispo do segundo século Irineu, “os
nicolaítas eram os seguidores daquele Nicolau que foi um dos sete primeiros
ordenados ao diaconato pelos apóstolos [Atos 6:5]. Eles levavam vidas de
indulgência desenfreada… ensinando que é indiferente praticar o adultério, ou
comer coisas sacrificadas aos ídolos.”2
 Se S. Irineu está correto aqui – seu
ponto de vista certamente é discutível3
 – o diácono Nicolau (em grego,
Nikolaos) apostatou e se tornou um “falso apóstolo”, buscando levar outros à
heresia e compromisso com o paganismo.
Uma coisa é óbvia: S. João está chamando a facção herege em Éfeso de
acordo com o nome de alguém chamado Nikolaos (mesmo que suponhamos
que S. Irineu estava confuso sobre a sua identidade). Sua razão parece ser
baseada em considerações lingüísticas, pois no grego Nikolaos significa
Conquistador de pessoas. Interessantemente, em três das sete mensagens S. João
menciona um grupo de hereges em Pérgamo, a quem chama de seguidores de
“Balaão” (2:14). Em hebraico, Balaão significa Conquistador de pessoas. S. João
está fazendo um jogo de palavras, ligando os “nicolaítas” de Éfeso com os
“balaamitas” de Pérgamo; de fato, ele claramente nos diz em 2:14-15 que a
doutrina deles é a mesma. Assim como Nikolaos e Balaão são equivalentes
lingüísticos um do outro (cf. a mesma técnica em 9:11), eles são equivalentes
teológicos também. Os “nicolaítas” e “balaamitas” são participantes da mesma
seita herética.

Essa conclusão é fortalecida por uma conexão adicional. Quando
comparamos os ensinos reais da heresia nicolaíta/balaamita com aqueles da
facção de “Jezabel” na igreja de Tiatira, mencionada na quarta mensagem
(2:20), descobrimos que as suas doutrinas são idênticas. Dessa forma, parece
ser uma heresia particular o foco dessas mensagens às igrejas durante os
Últimos Dias, uma heresia que procurava seduzir o povo de Deus à idolatria e
fornicação. Como S. Paulo tinha predito, lobos surgiriam dentro da
comunidade cristã tentando devorar as ovelhas, e era o dever dos
pastores/anjos estarem em guarda contra eles, e expulsá-los da Igreja. Jesus
Cristo declara que Ele odeia as obras dos nicolaítas; Seu povo deve mostrar
Sua imagem amando o que Ele ama e odiando o que Ele odeia (cf. Sl. 139:19-
22).

terça-feira, 11 de março de 2014

A Bíblia e o celular

A Bíblia e o celular

A Bíblia e o celular

Já imaginou o que aconteceria se tratássemos a nossa Bíblia do jeito que tratamos o nosso celular?

E se sempre carregássemos a nossa Bíblia no bolso ou na bolsa? 
E se déssemos uma olhada nela várias vezes ao dia? 
E se voltássemos para apanhá-la quando a esquecemos em casa, no escritório…? 
E se a usássemos para enviar mensagens aos nossos amigos?
E se a tratássemos como se não pudéssemos viver sem ela?
E se a déssemos de presente às crianças?
E se a usássemos quando viajamos?
E se lançássemos mão dela em caso de emergência?

Mais algumas coisas:

Ao contrário do celular, a Bíblia não fica sem sinal. Ela ‘pega’ em qualquer lugar.
Não é preciso se preocupar com a falta de crédito porque Jesus já pagou a conta e os créditos não têm fim. 
E o melhor de tudo: não cai a ligação e a carga da bateria é para toda a vida.

- Guardo a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti. (Salmos 119:11)

“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminho.” (Salmos 119:105)

“Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come,  assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.”( Isaías 55:10-11)

(Autor Desconhecido)

Reunião diabólica!

images

A ordem do diabo é manter todos os cristãos ocupados, sem tempo para Deus e para família

Satanás convocou uma convenção mundial de demônios. Em seu discurso de abertura, ele disse: “Não podemos impedir os cristãos de irem à igreja. Não podemos impedi-los de lerem suas Bíblias e conhecerem a verdade. Nem mesmo podemos impedi-los de formarem um relacionamento íntimo com o seu Salvador. E uma vez que eles ganham essa conexão com Jesus, o nosso poder sobre eles está quebrado. Então, vamos deixá-los ir para as suas igrejas; vamos deixá-los com os almoços e jantares que nelas organizam, MAS vamos roubar-lhes o tempo que têm, de maneira que não sobre tempo algum para desenvolver um relacionamento com Jesus Cristo.”


“O que quero que vocês façam é o seguinte,” disse o diabo:

“Distraia-os a ponto de que não consigam aproximar-se do seu Salvador, para manterem essa conexão vital durante o dia todo!”

“Como vamos fazer isso?” gritaram os seus demônios.

“Mantenham-os ocupados nas coisas não essenciais da vida, e inventem inumeráveis assuntos e situações que ocupem as suas mentes,” respondeu-lhes ele.

“Tentem-os a gastarem, gastarem, gastarem, e tomar emprestado, tomar emprestado, tomar emprestado. Persuadam as esposas a irem trabalhar durante longas horas, e os maridos a trabalharem de 6 a 7 dias por semana, durante 10 a 12 horas por dia, a fim de que eles tenham capacidade financeira para manter os seus estilos de vida fúteis e vazios. Criem situações que os impeçam de passar algum tempo com os filhos. A medida em que suas famílias se forem fragmentando, muito em breve seus lares já não oferecerão um lugar de paz para se refugiarem das pressões do trabalho.


Estimulem suas mentes com tanta intensidade, que eles não possam mais escutar aquela voz suave e tranqüila que orienta seus espíritos. Induzam todos a ligarem o rádio ou o toca-cd sempre que estiverem dirigindo. Que a tv, o vídeo, os cds e os pcs estejam sempre ligados, (uns ou outros…) constantemente em seus lares, e providenciem que todas as lojas e todos os restaurantes do mundo toquem constantemente músicas que não sejam Bíblicas. Isto entupirá as suas mentes e quebrará aquela união com Cristo.”


“Encham as mesinhas de centro de todos os lugares, com revistas e jornais. Bombardeiem as suas mentes com notícias, 24 horas por dia. Invadam os momentos em que estão dirigindo, fazendo-os prestar atenção a cartazes chamativos. Inundem suas caixas de correio com papéis totalmente inúteis, catálogos de lojas que oferecem vendas pelo correio, loterias, bolos de apostas, ofertas de produtos gratuitos, serviços, e falsas esperanças.”


Mantenham lindas e delgadas modelos nas revistas e na tv, para que seus maridos, acreditem que a beleza externa é o que é importante, e eles se tornarão insatisfeitos com suas próprias esposas. Mantenham as esposas demasiadamente cansadas para amarem seus maridos à noite, e dê-lhes dor de cabeça também. Se elas não dão a seus maridos o amor que eles necessitam, eles então começarão a procurá-lo em outro lugar, e isto, sem dúvida, fragmentará as suas famílias rapidamente.


“Dê-lhes papai Noel, para distraí-los da necessidade de ensinarem aos seus filhos, o significado real do Natal. Dê-lhes o coelho da Páscoa, para que eles não falem sobre a ressurreição de Jesus, e o Seu poder sobre o pecado e a morte. Até mesmo quando estiverem se divertindo, se distraindo, que seja tudo feito com excessos, para que ao voltarem dali estejam exaustos! Mantenha-os de tal modo ocupados, que nem pensem em ir andar ou ficar na natureza, para refletirem na criação de Deus. Ao invés, mande-os para parques de diversão, acontecimentos esportivos, peças de teatro, concertos e ao cinema. Mantenha-os ocupados, ocupados, ocupados!


“E quando se reunirem para um encontro, ou uma reunião espiritual, envolva-os com mexericos e conversas sem importância, para que, ao saírem, fiquem com suas consciências pesadas. Encham a vida de todos eles com tantas causas nobres e importantes a serem defendidas que não tenham nenhum tempo para buscarem o poder de Jesus. Muito em breve, eles estarão buscando em suas próprias forças, as soluções para seus problemas, e para as causas que defendem, sacrificando sua saúde e suas famílias pelo bem da causa.”


“Isto vai funcionar!! Vai funcionar!!”


Este era um “senhor” plano!!

Os demônios ansiosamente partiram para cumprirem as determinações do chefe, fazendo com que os cristãos, em todo o mundo, ficassem ocupados, e mais apressados, indo daqui para ali, e vice versa. Tendo muito pouco tempo para Deus e para suas famílias. Não tendo nenhum tempo para contar ao outros sobre o poder de Jesus para transformar vidas.

Fica aqui a pergunta: Teve o diabo sucesso nas suas maquinações?

Responda para si mesmo!

Autor: Desconhecido

sábado, 8 de março de 2014

Falsos Profetas - Paulo Junior

"Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me exalarão bom cheiro. E ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos." (Amós 5.21,22)

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Como suspira a corça pelas correntes das águas...

Uma corça sedenta e exausta caminha pelo deserto. Logo, o animal avista a imagem de um lençol d’água sobre a areia. Começa a correr desesperada ao encontro da única substância que pode matar sua sede.
A corça é um animal de pequena estatura, arisco e de costume migratório. E uma característica interessante: a corça não suporta o confinamento.
É um animal dotado de olfato privilegiado que lhe possibilita sentir cheiro de água a quilômetros de distância. É capaz ainda de perceber, metros abaixo da superfície, a existência de um lençol de água.
Em regiões desérticas da África e do Oriente Médio, empresas construíram quilômetros de aquedutos sob a superfície terrestre. E as corças sedentas, ao pressentirem a água jorrando pelo interior dos dutos, correm por cima das tubulações na tentativa de encontrarem a nascente, ou então um possível local por onde essas águas pudessem ser alcançadas.
Certo poeta descreveu essa cena da corça farejando água, sob a areia do deserto, do seguinte modo: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, … “ (Salmos 42:1-2).
Note que nesta passagem, Davi faz uma comparação. A sede dele pelo Senhor era comparada ao anseio de uma corça pelas águas. Em se tratando de um homem “segundo o coração o de Deus”, creio que esta comparação pode servir de parâmetro para nossa própria busca.
Mas enfim, como é que a corça suspira e anseia pelas águas?
É com desespero. Gritando, correndo, buscando, farejando. Com sede. Com olfato privilegiado para localizar a fonte certa. Continuamente, todos os dias. Não se permitindo acomodar e fugindo do confinamento.
E nós? Estamos desesperados por Deus? Temos sede de sua presença?
Temos corrido, buscado e nos desesperado por mais dEle em nossas vidas?
Temos buscado na fonte certa, diariamente? Ou temos nos contentado com a mediocridade do nosso “confinamento”?
Cada um de nós pode ter seu próprio “confinamento”. Coisas que nos prendem e nos impedem de sair em busca da água fresca que tanto precisamos. Podem ser pessoas, situações ou até mesmo “pequenos reinos” que construímos para nós mesmos (“meu emprego”, “meu ministério”, “meu evento”, etc).
Precisamos, como a corça, sair e correr. Precisamos de olfato aguçado para ir na fonte certa, que é Cristo. Afinal de contas, existem fontes sem água (II Pedro 2:17), e nuvens sem água (Judas 1:12).
E lembremos das palavras do Mestre: “quem tem sede, venha; e quem quiser, receba de graça a água da vida.” (Apocalipse 22:17)

Unges-me a cabeça com óleo...



o" Salmo 23:5

Em Israel, antigamente, os pastores usavam o óleo com três propósitos: repelir insectos, evitar conflitos e curar doenças.

Os insectos podiam matar as ovelhas. As moscas e os mosquitos podem tornar o verão num período de tortura para o rebanho. Por exemplo, se as moscas depositarem no focinho das ovelhas os seus ovos, os ovos vão-se transformar em larvas, que vão deixar a ovelha doente.

Um pastor explicou: "Para livrar-se desta agonia, a ovelha deliberadamente baterá com a cabeça contra as árvores, rochas, moitas, etc... Em casos extremos de infecção intensa, uma ovelha pode até matar-se num frenético esforço para obter alívio da irritação."

Quando um enxame de moscas aparece, as ovelhas entram em pânico. Correm, escondem-se, jogam a cabeça para baixo e para cima durante horas. Esquecem-se de comer e não conseguem dormir. Deixam de dar leite e os cordeiros param de crescer.

Por esta razão, o pastor unge as ovelhas. Cobre as suas cabeças com um óleo repelente. O cheiro deixa os insectos em apuros e o rebanho em paz.
Em paz até a época do acasalamento. Durante esta altura, as ovelhas deixam de ser pacíficas. Os carneiros passeiam pelo pasto, arqueiam o pescoço, chamando a atenção das ovelhas. E, como não podia deixar de ser, alguns começam a lutar pela mesma ovelha e PAM! Marram um contra o outro.

Para evitar estes danos, o pastor unge os carneiros. Unta as suas cabeças e focinhos com uma substância gordurosa e escorregadia que os faz resvalar em dez de se estatelarem um contra o outro.

Mas, mesmo assim, eles ainda se tentam ferir. E 
este ferimento é a terceira razão pela qual o pastor unge as ovelhas.
A maioria das ovelhas com feridas tratadas pelo pastor resultam da sua vida no pasto: espinhos que furam, pedras que cortam, ovelhas que esfregam a cabeça contra uma árvore com demasiada força.

Assim, o pastor inspecciona diariamente as ovelhas à procura de cortes, feridas, etc. Ele não quer que os cortes piorem...

Entendemos nós a comparação que David faz no Salmo 23? Nós somos ovelhas e Deus o nosso Pastor.

E entre muitas outras coisas das quais iremos falar, Ele nos unge com óleo, tendo no Seu coração vários objectivos: prevenir, cuidar, sarar.

E o melhor de tudo é que o Pastor inspecciona todos os dias as suas amadas ovelhas, mas elas têm de se deixar inspeccionar...

 

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Curiosidade Biblica!

Você sabia?

  • João Ferreira de Almeida, que traduziu a Bíblia para o português, nasceu em Lisboa, de pais católicos romanos, em 1628. Passando com tenra idade para os países baixos, aceitou a fé da Igreja Reformada Holandesa, em 1642. Mudou-se para Batávia (hoje Djakarta, capital da Indonésia), onde tornou-se zeloso pregador do Evangelho. Casou-se em 1651 com a filha de um pastor. Foi ordenado ao santo ministério em 16 de outubro de 1656. Publicou o NT em português em 1681 e traduziu o AT até o livro de Ezequiel 48.21, quando então faleceu, em 1691.
  • Conta-se que o valor do escravo gentio era cem vezes superior ao de um Hebreu, pois o gentio era propriedade do seu dono por toda vida, ao passo que o Hebreu só trabalhava para eles seis anos, no máximo. Por isso havia mais escravos gentios, Êxodo 21.2-4.
  • Jeremias, o profeta, foi lançado numa cisterna tão profunda, que o etíope Ebede-Meleque, escravo do rei, precisou da ajuda de 30 homens para tira-lo, usando cordas, trapos e roupas velhas, Jr. 38.7-13.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Ganhar Almas Sem Derramar Lágrimas?

Ganhar Almas Sem Derramar Lágrimas?

É impossível testemunhar e trabalhar por Jesus de coração vazio ou com os olhos secos. Os cristãos precisam aprender o quanto é importante seu quarto de oração, com o chão gasto pelos joelhos e sempre molhado de lágrimas.

Estamos acostumados ao som dos passos dos perdidos...

Quanto antes admitirmos que abrimos mão de nossa responsabilidade pelas almas perdidas, melhor será para a evangelização do mundo. Encaremos de frente o fato de que já estamos acostumados ao som dos passos dos perdidos que estão se encaminhando para suas sepulturas sem conhecerem a Jesus. Não temos mais a força de chorar pelos perdidos – isso deixou de pesar em nossos corações. As massas sem Jesus não estão convencidas de que estão perdidas, simplesmente porque nós mesmos deixamos de ter a profunda convicção do quanto é terrível a sua situação e do quanto é ainda mais terrível seu destino eterno.
O coração de Paulo sempre sangrava com esse fardo tão pesado: “para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim. Gostaria, pois, que soubésseis quão grande luta venho mantendo por vós, pelos laodicenses e por quantos não me viram face a face” (Cl 1.29; Cl 2.1).
A palavra que Paulo usa aqui para falar de sua luta pela salvação de outros é a mesma usada para falar de uma corrida ou de uma renhida disputa na arena. Arthur Way traduz essa passagem assim: “Com esse alvo eu me empenho muito e luto firmemente, com a extrema força que o poder de Deus inflama em mim”. Com a palavra “lutar’ o apóstolo Paulo está enfatizando que se trata de uma verdadeira batalha, dura e contínua. Essa luta é pelas almas das pessoas, uma batalha por sua salvação eterna. John Knox sentia esse fardo vindo de Deus quando clamou: “Senhor, dá-me a Escócia ou morrerei”.

Nossas evangelizações ficaram profissionais demais

Temos uma variedade enorme de eventos evangelísticos. Mesmo assim, pouca gente é salva do fogo do juízo. Muitas evangelizações são organizadas, mas as cidades e os povoados continuam tão perdidos como sempre. As evangelizações se profissionalizaram demais, tornaram-se mecânicas demais – e frias demais. Nosso testemunho pessoal é errático, sem forças e sem entusiasmo. As pessoas que queremos ganhar para Cristo não sentem calor no que pregamos ou testemunhamos, não sentem nossa compaixão, não vêem nossas lágrimas. Não vêem qualquer sinal de empenho de nossa parte quando exortamos acerca do seu caminho errado. E assim continuam sem Deus pela estrada da vida.
O Senhor levou suas oração ao Pai com clamor e lágrimas (Hb 5.7). Será que nossas orações e nossas mensagens são secas e estéreis demais? Com certeza é bom quando cantamos e dizemos que choramos pelos perdidos, mas será que choramos de verdade?
Paulo sofria por aqueles que queria ganhar para Jesus. O bispo Moule escreve a respeito: “Paulo mantinha uma luta constante, ousada e corajosa; uma batalha contra tudo e contra todos que se opunham às suas orações”. Era uma luta em oração por aqueles que ele desejava ganhar para Cristo. Essas palavras soam artificiais aos nossos ouvidos? Talvez a sofrida luta de Jesus no Getsêmani seja elevada demais para nós, mas será que podemos experimentar o que significa ser movido pela paixão do Calvário e ter compaixão pelos perdidos?

O preço de ser um ganhador de almas

Quem anseia ter um amor mais profundo pelas almas deve estar preparado para pagar o preço. Qual é esse preço? Que sofrimento é esse? Para Paulo, o que significava trabalhar como ganhador de almas? Ele perdeu prestígio e amigos, perdeu riqueza e conforto, perdeu sua posição e seus familiares. Quanta solidão, quantas lágrimas, quantas feridas e saudades ele sentiu – e tudo apenas para que pessoas perdidas fossem salvas. Ele tinha pelas almas uma paixão que queimava fortemente, e que, apesar de todo o desânimo, jamais se apagou.
Que o Senhor se compadeça de nós quando estamos satisfeitos realizando evangelizações, organizando conferências e pedindo dinheiro às pessoas para sustentar missões ou projetos evangelísticos. Tentamos convencer outros, mas sem entusiasmo, tentamos tocar em corações alheios sem chorar por eles e tentamos ganhar almas sem lutar. É muito importante aprender como se evangeliza. E isso inclui, em primeiro lugar, sentir verdadeira dor pela perdição dos outros.
Você se dispõe a carregar o mesmo fardo que o apóstolo Paulo carregava pelos perdidos? Você encontrará esse fardo no mesmo lugar onde Paulo e tantos outros ganhadores de almas o encontraram: ao pé da cruz.
Quando entendermos de verdade o que significou para Cristo derramar Seu sangue para salvar pecadores do inferno, então será impossível trabalhar sem ardor para Jesus, e será impossível testemunhar de coração frio e com olhos secos.
Quando William Booth fundou o Exército de Salvação nas favelas de Londres, não demorou muito até que algumas pessoas dedicadas se juntassem a ele, pessoas que compartilhavam do seu fardo pelos excluídos.
Quando William Booth fundou o Exército de Salvação nas favelas de Londres, não demorou muito até que algumas pessoas dedicadas se juntassem a ele, pessoas que compartilhavam do seu fardo pelos excluídos. Em breve ele já estava treinando essas pessoas – com a única finalidade de lhes ensinar como ganhar almas para Jesus. Certo dia estava ensinando sobre evangelismo. Aí interrompeu o que estava dizendo e declarou em sua típica maneira dramática:
“Se eu pudesse, mandaria todos vocês passar umas duas semanas no inferno!”
É óbvio o que ele estava querendo dizer. Se esses jovens pudessem passar alguns dias no meio dos lamentos e tormentos dos condenados, eles voltariam cheios de uma paixão inextinguível. Com muito zelo eles teriam alertado a todos e ensinado aos outros como fugir da ira vindoura.
Este artigo foi encontrado entre os papéis de William MacDonald, falecido no final de 2007, mas não há certeza de que ele mesmo o tenha escrito. Achamos que ele merece ser compartilhado com nossos leitores.