quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Como suspira a corça pelas correntes das águas...

Uma corça sedenta e exausta caminha pelo deserto. Logo, o animal avista a imagem de um lençol d’água sobre a areia. Começa a correr desesperada ao encontro da única substância que pode matar sua sede.
A corça é um animal de pequena estatura, arisco e de costume migratório. E uma característica interessante: a corça não suporta o confinamento.
É um animal dotado de olfato privilegiado que lhe possibilita sentir cheiro de água a quilômetros de distância. É capaz ainda de perceber, metros abaixo da superfície, a existência de um lençol de água.
Em regiões desérticas da África e do Oriente Médio, empresas construíram quilômetros de aquedutos sob a superfície terrestre. E as corças sedentas, ao pressentirem a água jorrando pelo interior dos dutos, correm por cima das tubulações na tentativa de encontrarem a nascente, ou então um possível local por onde essas águas pudessem ser alcançadas.
Certo poeta descreveu essa cena da corça farejando água, sob a areia do deserto, do seguinte modo: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, … “ (Salmos 42:1-2).
Note que nesta passagem, Davi faz uma comparação. A sede dele pelo Senhor era comparada ao anseio de uma corça pelas águas. Em se tratando de um homem “segundo o coração o de Deus”, creio que esta comparação pode servir de parâmetro para nossa própria busca.
Mas enfim, como é que a corça suspira e anseia pelas águas?
É com desespero. Gritando, correndo, buscando, farejando. Com sede. Com olfato privilegiado para localizar a fonte certa. Continuamente, todos os dias. Não se permitindo acomodar e fugindo do confinamento.
E nós? Estamos desesperados por Deus? Temos sede de sua presença?
Temos corrido, buscado e nos desesperado por mais dEle em nossas vidas?
Temos buscado na fonte certa, diariamente? Ou temos nos contentado com a mediocridade do nosso “confinamento”?
Cada um de nós pode ter seu próprio “confinamento”. Coisas que nos prendem e nos impedem de sair em busca da água fresca que tanto precisamos. Podem ser pessoas, situações ou até mesmo “pequenos reinos” que construímos para nós mesmos (“meu emprego”, “meu ministério”, “meu evento”, etc).
Precisamos, como a corça, sair e correr. Precisamos de olfato aguçado para ir na fonte certa, que é Cristo. Afinal de contas, existem fontes sem água (II Pedro 2:17), e nuvens sem água (Judas 1:12).
E lembremos das palavras do Mestre: “quem tem sede, venha; e quem quiser, receba de graça a água da vida.” (Apocalipse 22:17)

Unges-me a cabeça com óleo...



o" Salmo 23:5

Em Israel, antigamente, os pastores usavam o óleo com três propósitos: repelir insectos, evitar conflitos e curar doenças.

Os insectos podiam matar as ovelhas. As moscas e os mosquitos podem tornar o verão num período de tortura para o rebanho. Por exemplo, se as moscas depositarem no focinho das ovelhas os seus ovos, os ovos vão-se transformar em larvas, que vão deixar a ovelha doente.

Um pastor explicou: "Para livrar-se desta agonia, a ovelha deliberadamente baterá com a cabeça contra as árvores, rochas, moitas, etc... Em casos extremos de infecção intensa, uma ovelha pode até matar-se num frenético esforço para obter alívio da irritação."

Quando um enxame de moscas aparece, as ovelhas entram em pânico. Correm, escondem-se, jogam a cabeça para baixo e para cima durante horas. Esquecem-se de comer e não conseguem dormir. Deixam de dar leite e os cordeiros param de crescer.

Por esta razão, o pastor unge as ovelhas. Cobre as suas cabeças com um óleo repelente. O cheiro deixa os insectos em apuros e o rebanho em paz.
Em paz até a época do acasalamento. Durante esta altura, as ovelhas deixam de ser pacíficas. Os carneiros passeiam pelo pasto, arqueiam o pescoço, chamando a atenção das ovelhas. E, como não podia deixar de ser, alguns começam a lutar pela mesma ovelha e PAM! Marram um contra o outro.

Para evitar estes danos, o pastor unge os carneiros. Unta as suas cabeças e focinhos com uma substância gordurosa e escorregadia que os faz resvalar em dez de se estatelarem um contra o outro.

Mas, mesmo assim, eles ainda se tentam ferir. E 
este ferimento é a terceira razão pela qual o pastor unge as ovelhas.
A maioria das ovelhas com feridas tratadas pelo pastor resultam da sua vida no pasto: espinhos que furam, pedras que cortam, ovelhas que esfregam a cabeça contra uma árvore com demasiada força.

Assim, o pastor inspecciona diariamente as ovelhas à procura de cortes, feridas, etc. Ele não quer que os cortes piorem...

Entendemos nós a comparação que David faz no Salmo 23? Nós somos ovelhas e Deus o nosso Pastor.

E entre muitas outras coisas das quais iremos falar, Ele nos unge com óleo, tendo no Seu coração vários objectivos: prevenir, cuidar, sarar.

E o melhor de tudo é que o Pastor inspecciona todos os dias as suas amadas ovelhas, mas elas têm de se deixar inspeccionar...

 

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Curiosidade Biblica!

Você sabia?

  • João Ferreira de Almeida, que traduziu a Bíblia para o português, nasceu em Lisboa, de pais católicos romanos, em 1628. Passando com tenra idade para os países baixos, aceitou a fé da Igreja Reformada Holandesa, em 1642. Mudou-se para Batávia (hoje Djakarta, capital da Indonésia), onde tornou-se zeloso pregador do Evangelho. Casou-se em 1651 com a filha de um pastor. Foi ordenado ao santo ministério em 16 de outubro de 1656. Publicou o NT em português em 1681 e traduziu o AT até o livro de Ezequiel 48.21, quando então faleceu, em 1691.
  • Conta-se que o valor do escravo gentio era cem vezes superior ao de um Hebreu, pois o gentio era propriedade do seu dono por toda vida, ao passo que o Hebreu só trabalhava para eles seis anos, no máximo. Por isso havia mais escravos gentios, Êxodo 21.2-4.
  • Jeremias, o profeta, foi lançado numa cisterna tão profunda, que o etíope Ebede-Meleque, escravo do rei, precisou da ajuda de 30 homens para tira-lo, usando cordas, trapos e roupas velhas, Jr. 38.7-13.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Ganhar Almas Sem Derramar Lágrimas?

Ganhar Almas Sem Derramar Lágrimas?

É impossível testemunhar e trabalhar por Jesus de coração vazio ou com os olhos secos. Os cristãos precisam aprender o quanto é importante seu quarto de oração, com o chão gasto pelos joelhos e sempre molhado de lágrimas.

Estamos acostumados ao som dos passos dos perdidos...

Quanto antes admitirmos que abrimos mão de nossa responsabilidade pelas almas perdidas, melhor será para a evangelização do mundo. Encaremos de frente o fato de que já estamos acostumados ao som dos passos dos perdidos que estão se encaminhando para suas sepulturas sem conhecerem a Jesus. Não temos mais a força de chorar pelos perdidos – isso deixou de pesar em nossos corações. As massas sem Jesus não estão convencidas de que estão perdidas, simplesmente porque nós mesmos deixamos de ter a profunda convicção do quanto é terrível a sua situação e do quanto é ainda mais terrível seu destino eterno.
O coração de Paulo sempre sangrava com esse fardo tão pesado: “para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim. Gostaria, pois, que soubésseis quão grande luta venho mantendo por vós, pelos laodicenses e por quantos não me viram face a face” (Cl 1.29; Cl 2.1).
A palavra que Paulo usa aqui para falar de sua luta pela salvação de outros é a mesma usada para falar de uma corrida ou de uma renhida disputa na arena. Arthur Way traduz essa passagem assim: “Com esse alvo eu me empenho muito e luto firmemente, com a extrema força que o poder de Deus inflama em mim”. Com a palavra “lutar’ o apóstolo Paulo está enfatizando que se trata de uma verdadeira batalha, dura e contínua. Essa luta é pelas almas das pessoas, uma batalha por sua salvação eterna. John Knox sentia esse fardo vindo de Deus quando clamou: “Senhor, dá-me a Escócia ou morrerei”.

Nossas evangelizações ficaram profissionais demais

Temos uma variedade enorme de eventos evangelísticos. Mesmo assim, pouca gente é salva do fogo do juízo. Muitas evangelizações são organizadas, mas as cidades e os povoados continuam tão perdidos como sempre. As evangelizações se profissionalizaram demais, tornaram-se mecânicas demais – e frias demais. Nosso testemunho pessoal é errático, sem forças e sem entusiasmo. As pessoas que queremos ganhar para Cristo não sentem calor no que pregamos ou testemunhamos, não sentem nossa compaixão, não vêem nossas lágrimas. Não vêem qualquer sinal de empenho de nossa parte quando exortamos acerca do seu caminho errado. E assim continuam sem Deus pela estrada da vida.
O Senhor levou suas oração ao Pai com clamor e lágrimas (Hb 5.7). Será que nossas orações e nossas mensagens são secas e estéreis demais? Com certeza é bom quando cantamos e dizemos que choramos pelos perdidos, mas será que choramos de verdade?
Paulo sofria por aqueles que queria ganhar para Jesus. O bispo Moule escreve a respeito: “Paulo mantinha uma luta constante, ousada e corajosa; uma batalha contra tudo e contra todos que se opunham às suas orações”. Era uma luta em oração por aqueles que ele desejava ganhar para Cristo. Essas palavras soam artificiais aos nossos ouvidos? Talvez a sofrida luta de Jesus no Getsêmani seja elevada demais para nós, mas será que podemos experimentar o que significa ser movido pela paixão do Calvário e ter compaixão pelos perdidos?

O preço de ser um ganhador de almas

Quem anseia ter um amor mais profundo pelas almas deve estar preparado para pagar o preço. Qual é esse preço? Que sofrimento é esse? Para Paulo, o que significava trabalhar como ganhador de almas? Ele perdeu prestígio e amigos, perdeu riqueza e conforto, perdeu sua posição e seus familiares. Quanta solidão, quantas lágrimas, quantas feridas e saudades ele sentiu – e tudo apenas para que pessoas perdidas fossem salvas. Ele tinha pelas almas uma paixão que queimava fortemente, e que, apesar de todo o desânimo, jamais se apagou.
Que o Senhor se compadeça de nós quando estamos satisfeitos realizando evangelizações, organizando conferências e pedindo dinheiro às pessoas para sustentar missões ou projetos evangelísticos. Tentamos convencer outros, mas sem entusiasmo, tentamos tocar em corações alheios sem chorar por eles e tentamos ganhar almas sem lutar. É muito importante aprender como se evangeliza. E isso inclui, em primeiro lugar, sentir verdadeira dor pela perdição dos outros.
Você se dispõe a carregar o mesmo fardo que o apóstolo Paulo carregava pelos perdidos? Você encontrará esse fardo no mesmo lugar onde Paulo e tantos outros ganhadores de almas o encontraram: ao pé da cruz.
Quando entendermos de verdade o que significou para Cristo derramar Seu sangue para salvar pecadores do inferno, então será impossível trabalhar sem ardor para Jesus, e será impossível testemunhar de coração frio e com olhos secos.
Quando William Booth fundou o Exército de Salvação nas favelas de Londres, não demorou muito até que algumas pessoas dedicadas se juntassem a ele, pessoas que compartilhavam do seu fardo pelos excluídos.
Quando William Booth fundou o Exército de Salvação nas favelas de Londres, não demorou muito até que algumas pessoas dedicadas se juntassem a ele, pessoas que compartilhavam do seu fardo pelos excluídos. Em breve ele já estava treinando essas pessoas – com a única finalidade de lhes ensinar como ganhar almas para Jesus. Certo dia estava ensinando sobre evangelismo. Aí interrompeu o que estava dizendo e declarou em sua típica maneira dramática:
“Se eu pudesse, mandaria todos vocês passar umas duas semanas no inferno!”
É óbvio o que ele estava querendo dizer. Se esses jovens pudessem passar alguns dias no meio dos lamentos e tormentos dos condenados, eles voltariam cheios de uma paixão inextinguível. Com muito zelo eles teriam alertado a todos e ensinado aos outros como fugir da ira vindoura.
Este artigo foi encontrado entre os papéis de William MacDonald, falecido no final de 2007, mas não há certeza de que ele mesmo o tenha escrito. Achamos que ele merece ser compartilhado com nossos leitores.